terça-feira, 18 de março de 2014

Prodema comemora ducentésima defesa de mestrado



   O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) do CFCH completa hoje sua ducentésima defesa de mestrado. A tese é da mestranda Kelly Regina Santos da Silva, intitulada “O Rio que nega o Rio, mar de concreto: Reflexões sobre a geografia social do capitalismo no território do Pina (Recife)”. Orientada pela professora Edvânia Torres, a dissertação foi defendida na tarde de hoje (26).
   O Prodema é ancorado no Departamento de Ciências Geográficas, mas conta com professores de diversos departamentos. Alguns dos principais objetivos do programa são priorizar o desenvolvimento sustentável e cultivar conhecimentos que proponham políticas ambientais.



Resumo

   Esta dissertação de mestrado tem como finalidade analisar e propor reflexões sobre alguns elementos e práticas que marcam o processo de produção do espaço urbano na cidade do Recife na primeira década do século XXI, especialmente em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Os grandes empreendimentos comerciais, imobiliários e de mobilidade urbana, associados às intervenções públicas e privadas que “satelizam” ou dão suporte à existência e construção do Complexo Centro de Compras denominado Shopping Rio Mar, põem em evidência o objeto deste trabalho, que é a ZEIS Pina/Encanta Moça, localizada na zona sul da cidade, especificamente no bairro do Pina, cuja existência remete ao ano de 1983.
   Realizou-se um percurso histórico a fim de dar conta das formas de apropriação e uso do espaço ao longo da história de mudanças na relação sociedade e natureza, observando a reorientação para uso do território tendo em vista o modo de produção capitalista. Na perspectiva da produção social do espaço, esse recorte territorial reflete com intensidade e dinamismo as disputas e relações de poder. A hipótese trabalhada é que no Recife estaria ocorrendo um processo de desenvolvimento geográfico desigual, concorrendo para tal as convergências observadas, no mínimo, entre duas faces da mesma moeda: i) de um lado, na relação Estado-Mercado quanto aos procedimentos de planejamento e gestão da cidade, o que confere à governança local uma filiação ideológica e gerencial do tipo empreendedorismo urbano e, ii)  de outro lado, as divergências político-operacionais nos modos institucionais da participação entre representações populares, esferas públicas e a própria população do Pina, em face da operação urbana levada a cabo na ZEIS em favor da construção do Shopping Rio Mar.
   Sendo assim, cada agente tem seu olhar estratégico e também tático sobre a cidade, transformando-a e usando-a segundo os respectivos interesses, forjando parâmetros que garantam a reprodução do capital. Trata-se do valor de troca que reorienta o próprio Ser existente, que passa a ser um usuário/consumidor, dadas as suas condições econômicas. No âmbito dos grupos de representações políticas e participação social, a análise foca-se nos principais desafios e contradições encontradas nas condições atuais de crescimento econômico e reconfigurações socioespaciais, e dos limites da participação social.

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